Bem-vindos ao “Estórias de Bicharocos e Bicharada”, um blogue dos 7 aos 77 anos

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Bailado da Infância



Às vezes eu voo.
Solto as asas,
Construo fadas
no cantar dos pirilampos.
Sonho, sonho, que sou flor
De trigo, sol
ou pó de amor.
e vou crescer
entardecer
de laranjas, luz e mel
Quero, quero a montanha,
Que disseste.
e adormeço…
entonteço…
num bailado
demorado
de infância, sol e pele…

Texto de Elisabete Simões (Todos os direitos de autor reservados)


2009 está quase, quase a bater à porta.
Desejo a todos que 2009 seja um ano inesquecível por conta das inúmeras alegrias e bons acontecimentos que irão vivenciar.


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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Santo



Naquele lago real, onde a noite era feita de um brilho especial, que só a luz das estrelas guias conseguia suster, todos os seus habitantes viviam em perfeita harmonia.

Peixes dourados davam beijos repenicados aos peixes vermelhos. Os cisnes dançavam dia e noite para que todos pudessem admirar a sua arte, os passarinhos que procuravam comida na água calma debitavam notas de melodiosas canções.

O senhor ganso real nomeado há mais de duas décadas como rei, tudo fazia para que todos fossem felizes.

Como não tinha família preocupava-se com todos de igual forma!

Com a chegada do Natal ao Reino de Pitipum o senhor ganso real Plim-Plim andava numa roda-viva, para que nada corresse mal em casa dos seus amigos.

E tudo fazia para que a festa fosse cheia de alegria e presentes... mas enquanto viajava pelas águas mornas descobriu a um canto um lindo pato branco como a neve, mas com um olhar muito triste.

- Que tens tu meu patinho? Nunca te vi aqui...

- Chamam-me "O Santo" e vim aqui ter através das águas revoltas do rio grande...

- E porque caem lágrimas dos teus olhos?

- Estou perdido e sinto-me muito só... está a chegar o Natal e eu não tenho ninguém...

Plim-Plim sentiu o coração muito apertadinho ao ouvir a voz triste daquele patinho e disse-lhe que podia passar o Natal com eles no reino de Pitipum, mas que se ele não se importasse gostaria de ouvir a sua história.

O Santo contou que viveu sempre num reino muito distante onde as águas eram escuras como o carvão e onde o rei era muito mau para todos. Entrando em guerras com todos os reinos vizinhos. E foi numa dessas guerras que os seus pais morreram, como era muito pequenino meteram-no num orfanato para patos pequeninos, onde ele viveu durante algum tempo e tinha sido aí que lhe tinham começado a chamar o Santo.

- E porquê?

… quis saber o rei

- Acho que era por ajudar todos os outros patinhos, quando tinham fome eu dava-lhes as minhas migalhas e quando tinham frio cobria-os com as minhas penas brancas... sempre que alguém precisava de alguma coisa vinha ter comigo.

- Então és um bom patinho.

- Não... apenas não gosto de ver ninguém triste.

- Mas tu estás triste...

- Porque me sinto muito sozinho desde que o nosso rei mandou fechar o orfanato e, por isso, todos os patinhos ficaram perdidos nas ruas, por essa razão fugi e meti-me no rio grande à procura de outros sítios mais felizes.

- … e chegaste até aqui.

- Sim, hoje de manhã.

- E que estavas a fazer junto ao velho ganso Gaspar?

- Encontrei-o junto dos nenúfares a falar sozinho, cheguei-me perto dele e vi que estava tão só como eu, por isso estava a cantar-lhe uma canção de Natal que a minha mãe me cantava.

O velho ganso aproximou-se... cumprimentou o rei e disse-lhe que tinha encontrado um amigo muito especial.

Feliz o rei pensou que tinha encontrado uma forma de ajudar o pequeno pato.

- Olha lá Santo já ouviste falar no Pai Natal?

- Sim, claro! Quando os meus pais eram vivos ele visitava sempre a nossa casa, mas acho que nunca conseguiu encontrar o caminho do orfanato, porque nunca apareceu por lá!

- Olha sabes que o nosso Pai Natal tem andado muito ocupado... há imensos bebés no nosso reino e ele sozinho não vai conseguir chegar a todas as casas. Que achas de seres o seu ajudante este ano?

- A sério? Está a falar a sério?... e ele não se importa? É que eu não sei fazer nada...

- Sabes sim, sabes dar amor e alegria e isso é o mais importante não só no Natal, mas todos os dias.

E foram os dois até casa do Pai Natal, onde o Santo, de olhos arregalados viu a quantidade de presentes que ali se embrulhava para serem distribuídos na noite de Natal.

Com um lágrima de alegria a rolar até ao seu bico laranja, o Santo começou logo a ajudar o Pai Natal... assim, na noite mágica de 24 de Dezembro os dois sairam e muito contentes foram distribuir as prendas por todos os habitantes de Pitipum.

Ao chegar à última casa o Santo descobriu que lhe faltava um presente. Era o pobre ganso Gaspar. Sem pensar duas vezes tirou algumas das suas penas e ali mesmo fez-lhe uma manta para o aquecer naquele frio Inverno... agradecido o ganso convidou-o para jantar, mas ele disse:

- Prometi ao Pai Natal que jantava com ele esta noite... senão ficará sozinho, queres vir comigo, assim nenhum de nós estará triste ou só!

Rindo o ganso Gaspar sentou-se no skate aquático do Santo e partiram até casa do Pai Natal, onde tiveram a mais bela noite de Natal de sempre.


Texto de Carla Marques - Blogue: Palavras em desalinho (Todos os direitos de autor reservados)


Através deste lindo conto de Natal, escrito pela Carla Marques, aproveito a deixa para desejar a todos os que têm incentivado este projecto , quer através da partilha de criatividade, quer pelos simpáticos comentários que aqui vão deixando, um muito Feliz Natal com muitos sonhos, alegria, paz e amor no coração.

Natal-17671

domingo, 14 de dezembro de 2008

O lago azul e os gansos



Eu sou o Lago Azul, mas hoje porque há algum vento, que enruga as minhas águas e o sol me empresta a sua cor, vesti-me de verde e dourado.

Os gansos gostam de vir deslizar por cima de mim e aqui há muitos gansos.
Mas hoje só vos conto a história destes três que estão a ver:
A gansa mãe Mãezita, Quita sua filha e o ganso Reguila.
Mãezita tomava conta de Quita e, de Reguila seu sobrinho, que brincavam, mergulhando à vez nas minhas águas claras, procurando no fundo, bem visível, o sol que brilhava lá em cima no céu e que parecia que entrava por mim, escondendo-se no fundo.
O ganso Reguila que era mais velho do que Quita, convencera-a, que se mergulhasse bem fundo conseguia apanhar o sol.
O sol, o sol que estava tão alto, lá em cima e que Quita procurava no fundo do lago, sempre acompanhada pelas gargalhadas de Reguila que aqui e ali, também mergulhava, para a não deixar desistir.
Quita, não se importava, porque tinha a certeza de ter visto, bem lá no fundo, o sol tão brilhante.
Já cansada, mas sem querer desistir, resolveu fazer um esforço imenso e nadou, nadou com força até ao fundo do lago, porque queria ir buscar o seu sonho, trazer o sol e brincar com ele.
Como demorou mais tempo a vir à tona, tinha ido tão fundo, Mãezita aflita, ralhou com Reguila por ter convencido Quita a procurar o sol no fundo das minhas transparentes águas e, antes que mãezita o castigasse, Reguila resolveu afastar-se, também preocupado com Quita.
Mas eis que aparece Quita, contente, porque finalmente conseguira apanhar o sol.
Trazia no bico, uma bola amarela, brilhante, que algum menino deixara cair dentro das minhas águas.

Texto de Claras Manhãs (Todos os direitos de autor reservados)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Borboleta Gulosa


É tão bom ser BORBOLETA
Estar poisada numa flor
Colorida como o arco-íris
Irradiando Paz e Amor!

Sou uma BORBOLETA alegre
Uma linda mariposa
Tenho asas e leveza
Vejo o Mundo cor-de-rosa!

Sugo o doce e puro néctar
Desta flor tão apetitosa
Tão vistosa e perfumada
E confesso que "SOU GULOSA"!

É tão bom ser BORBOLETA
Voar e ter liberdade
E brincar com as CRIANÇAS
Colorindo a sua idade!

Texto de Lenita Nabais (Todos os direitos de autor reservados)


A Lenita é uma pessoa como a borboleta aqui representada, linda por fora e um doce por dentro!
Parabéns amiga por mais uma velinha que hoje acrescentaste ao bolo da tua vida!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Há males que vêm por bem



Porque todas as histórias começam por “era uma vez”, era uma vez uma lebre que saíra da ninhada com as suas irmãs para ir começar a vida pelos montes e prados, aprendendo a desenvolver os sentidos e procurar o seu alimento. Nas longas corridas com as lebres da povoação, por muito que se esforçasse ficava sempre para trás e chegada ao destino, as outras esperavam-na, umas com cara de piedade, outras de gozo gritando entre elas “lá vem ela toda maneirinha a cair de bruços no chão, subindo a ravina à dentada, ai não consegue não!”

Torce-se toda à chegada, caminha desfasada cambaleando no meio das ervas, sabe que não corre como as outras e que tem uma pata da frente que dói.
Afasta-se para longe do grupo até à margem do rio em passo lento arrastado e sem espírito de alegria, o desgosto de não ser como as outras lebres magoa mais do que a pata que não a deixa correr. Mergulhada na tristeza ouve a voz saída das águas:
- Aproxima-te – sussurra a voz
Olha à volta e não vislumbra ninguém.
- Aproxima-te – repete a voz desta vez com doçura – Olha para ti, és bela!
Obedecendo à voz, a lebre avança receosa até ao fim da margem e vislumbra a figura no espelho da água, o corpo elegante de pelagem castanha e branca. Quando toma consciência dela própria, fica surpresa por ser aparentemente igual às outras mas depressa o deslumbramento dá lugar à tristeza e recua para o meio da margem, desiludida.
- Sei da tua mágoa – prossegue a voz - Tens de provar que de entre elas todas e até dos outros animais, tu és única, mostra-lhes que és capaz de caminhar sobre as águas e saberão que és uma lebre especial porque elas não serão capazes de o fazer. Há males que vêm por bem, um dia quando ouvirem os sons de uma caçada e a aproximação dos cães, tu terás mais caminhos por onde te escapar, basta que atravesses o rio e encontres a segurança na outra margem. É dentro de ti e na natureza que deves procurar o mais belo presente que existe em cada ser vivo, o dom que o torna único no meio dos outros.

A lebre receosa avança de novo para a água e, insegura, coloca devagar uma pata sobre ela e depois outra, maravilhada por não se afundar, ouve o grupo a aproximar-se com as vozes trocistas e entende de súbito que é o momento de decidir. Agora sabe que é alguém, ganha sopro enfiando todo o poder do corpo nas patas traseiras e num porte orgulhoso caminha sobre as águas perante os olhares incrédulos dos que a gozavam desaparecendo no outro lado, o rasto espelhado ainda nítido desvanecendo-se devagar como que querendo fazer durar a marca da sua presença.


Texto de M. - Blogue: Citadel (Todos os direitos de autor reservados)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

De amarelo vou voar



alguma vez te contei que gosto de amarelo?
e eu alguma vez te disse o bem que me fazes quando poisas no amarelo das minhas pétalas?
sim, dizes-me sempre isso!
também tu me dizes sempre que gostas de amarelo!
as tuas pétalas baloiçam ao vento... é bom!
é a minha forma de voar... de sentir a brisa e por ela me deixar embalar.
não sabia que as flores voavam!
eu voo... para te baloiçar nas minhas asas.
nas tuas asas?!
sim! repara como são finas as minhas pétalas. vê como flutuam ao vento... se eu fechar os olhos deixo-me levar, vou voar... voar... voar!
se eu fechar os olhos... vais voar!

Texto de Luísa Azevedo - Blogue: Pin-Gente (Todos os direitos de autor reservados)

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